Justiça brasileira suspende Telegram por não cumprimento de ordem no neo
Um teclado é colocado na frente de um logotipo do Telegram exibido nesta ilustração tirada em 21 de fevereiro de 2023. REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração/Foto de arquivo adquire direitos de licenciamento
BRASÍLIA (Reuters) - Um tribunal brasileiro ordenou nesta quarta-feira a suspensão temporária no país do aplicativo de mensagens criptografadas Telegram até que ele cumpra uma ordem de compartilhamento de informações sobre grupos extremistas e neonazistas que usam a plataforma.
A decisão, do juiz Wellington Lopes da Silva, em um tribunal do estado do Espírito Santo, também aumentou a multa por descumprimento para um milhão de reais (US$ 197.780) por dia.
A Polícia Federal solicitou a ordem de suspensão após o Telegram descumprir decisão judicial anterior de entrega de dados sobre dois grupos neonazistas do aplicativo acusados de incitar à violência em escolas.
Devido ao descumprimento da ordem judicial por parte do Telegram, o juiz disse que as empresas de telecomunicações do país deveriam começar a suspender o acesso ao serviço de mensagens e o download do aplicativo.
A mídia local informou que a Polícia Federal solicitou os contatos dos administradores e integrantes, bem como os telefones dos usuários desses grupos. O Telegram atendeu apenas “parcialmente” ao enviar informações limitadas na última sexta-feira, segundo o site de notícias G1.
O Telegram se autodenomina um aplicativo de mensagens focado em velocidade e privacidade e afirma que seus bate-papos secretos especiais usam criptografia de ponta a ponta que não é armazenada em seus servidores.
O pedido da polícia para “acabar com o sigilo” dos grupos foi feito no âmbito de uma investigação sobre ataques de extremistas a escolas no Brasil nas últimas semanas que mataram cinco pessoas.
O Telegram não respondeu imediatamente ao pedido de comentários.
No ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ordenou a suspensão do aplicativo, argumentando que o Telegram se recusou repetidamente a cumprir ordens judiciais para congelar contas que divulgavam notícias falsas e não cumpriu as leis brasileiras.
Reportagem de Lisandra Paraguassu; Escrito por Peter Frontini; Edição por Aurora Ellis
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